Construção Tijolos ou Blocos: Qual Escolher?
26/07/2017 | Danilo Flausino
Chegou o tão sonhado momento de construir e pintou aquela dúvida que é frequente na cabeça do proprietário: Tijolo ou bloco, qual a melhor escolha?
No mercado encontramos vários tipos de tijolos e blocos fabricados com diferentes materiais e tamanhos. Eles se dividem em duas categorias: estruturais e vedação, e são responsáveis diretos pelo resultado final da obra, seja pela qualidade ou pelos gastos gerados. É importante antes da decisão, avaliar sempre a relação custo-benefício e comparar o preço e o rendimento do material escolhido com a qualidade do mesmo, já que a falta de padronização da maioria das peças gera quebras na hora do encaixe durante a obra, gerando consequentemente um maior desperdício e aumento gradativo na produção de entulho.
A alvenaria é um elemento essencial da edificação e precisa atender a cada situação, sempre com atenção a exigências básicas como: peso; permeabilidade; resistência mecânica; características de isolamento e condução térmica; tipo de superfície e acabamento previsto e de acordo com projeto desenvolvido por engenheiros ou arquitetos. A partir disto, vamos ver alguns tipos, vantagens, desvantagens e seus usos mais comuns. Confira!
- Pedras – Utilizada desde a idade média, hoje ainda é aplicada em muros de arrimo, fundações e muros aparentes, neste caso com finalidade estética. Além da alvenaria, pode ser usada apenas como revestimento nas paredes.
- Blocos de concreto – Utilizados geralmente como vedação, também possuem fabricação para alvenaria estrutural, no qual suportam maiores cargas. Existem diversos tipos, com dimensões, formatos e materiais diferentes. Comparado ao tijolo comum ou ao de solo-cimento, o bloco de concreto rende mais porque a mão-de-obra executa este tipo de alvenaria rapidamente. É o mais resistente de todos e o desperdício ocasionado por quebras do material é bastante inferior ao tijolo baiano ou tijolo furado. Utiliza-se menos argamassa de assentamento e camadas mais finas de reboco. Entre todas as opções, é o que oferece um menor conforto térmico. É necessário total cuidado com as paredes externas devido a facilidade em absorver umidade.
- Concreto Celular ou Pumex – Indicado como vedação para construções sustentáveis e rápidas, possui baixo peso e simples manuseio e é também bastante utilizado para fechamento de vãos e enchimento de lajes. É fabricado com uma mistura de cimento e materiais silicosos (em especial o Silicato de Cálcio). Sua produção não agride o ambiente, já que são gerados de resíduos. Ótimos isolantes térmicos e acústicos com um diferencial importante: são resistentes ao fogo. Simples de serem serrados e furados.
- Tijolos de Vidro – Com alto valor, são utilizados somente em locais específicos (muretas e fechamentos) com finalidades de iluminação e estética, especialmente quando se usa iluminação projetada, neste caso para tirar um maior proveito da luminosidade e características de reflexão do material. Impedem parcialmente a visão dos dois lados, deixando apenas vultos aparentes.
- Tijolos de Solo-Cimento ou Tijolos Ecológicos – São uma espécie de evolução dos tijolos de adobe por serem fabricados à base de terra sem cozimento, mas possuem cimento em sua composição tornando-os estruturais. São resistentes e podem ser deixados aparentes, não precisam de argamassa para o assentamento, apenas uma “cola” específica para o tipo do material e são fixados nas paredes juntamente com as instalações elétricas e hidráulicas não havendo a necessidade de recortes e quebras. De uma maneira geral, tijolos feitos à base de terra possuem um diferencial em termos térmicos e acústicos, mesmo possuindo furos em seu centro. O grande problema encontrado são as análises técnicas dos fabricantes por normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que em muitos casos são ausentes e a diferença de dimensões de fabricante para fabricante. A sustentabilidade tanto na fabricação como na execução são outro diferencial, já que geram uma quantidade de resíduos bem reduzida em comparação a construção convencional.
- Tijolos de Barro Cru ou Tijolos de Adobe – Antigamente era muito utilizado e hoje em dia é raro devido a sua complexidade nos cuidados para resistir às intempéries devido a sua fragilidade.
- Tijolos maciços, à vista, comum ou de barro cozido – A evolução dos tijolos de barro cru, possui dimensões pequenas e exige um gasto relativamente alto com argamassa de assentamento e mão-de-obra devido à complexidade do rendimento do assentamento. Proporciona um excelente conforto térmico e acústico. Esteticamente tem a opção de ser aparente, ou o famoso “tijolinho à vista”, só requer cuidados especiais com a impermeabilização para evitar infiltrações e desgastes.
- Tijolos Refratários – Tipo especial de tijolo cozido, fabricado com argila enriquecida de materiais que diminuem a retração mecânica quando expostos a altas temperaturas. Comumente utilizados para construções de fornos e churrasqueiras. Ótimos isolantes térmicos.
- Tijolos Laminados – A evolução dos tijolos de barro cozido com maior resistência mecânica e menos porosidade (menor absorção de água). Indicados para alvenaria aparente devido a sua superfície lisa conferir um bom acabamento e não permite argamassa de revestimento. Sua desvantagem gira entorno do custo, pois os furos presentes nos mesmos absorvem uma grande quantidade de argamassa.
- Tijolos Furados ou Baiano – Possuem na parte externa ranhuras que facilitam a aderência da argamassa de revestimento e em seu interior canais prismáticos ou “furos” que ajudam a diminuir seu peso. Os mais comuns encontrados são de 6 e 8 furos, porém há uma grande variedade de tipos do mesmo. Só podem ser utilizados como vedação por não suportar cargas estruturais. É o tijolo mais barato encontrado no mercado, porém com altos índices de desperdícios por questões da sua fragilidade, o que gera uma alta produção de resíduos no canteiro de obras. Aconselha-se a compra de 30% a mais na quantidade devido a estas perdas. Outra desvantagem é falta de padronização de dimensões o que interfere diretamente no aumento dos gastos com material e mão-de-obra, principalmente na etapa de nivelamento das paredes. Comparado ao tijolo comum e ao bloco de concreto, seu desempenho térmico é superior.
Independente de sua escolha, recorra sempre a auxílio profissional para antes de tudo, fazer o desenvolvimento do seu projeto. Até a próxima!
Danilo Flausino
Reform